terça-feira, 25 de outubro de 2011
Pastel de Belém - O sabor da Tradição
Em 1837, em Belém, próximo ao Mosteiro dos Jerónimos, numa tentativa de subsistência, os clérigos do mosteiro puseram à venda numa loja precisamente uns pastéis de nata. Nessa época, a zona de Belém ficava longe da cidade de Lisboa e o seu acesso era assegurado por barcos a vapor. A presença do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém atraíam inúmeros turistas que depressa se habituaram aos pastéis de Belém.
Na sequência da revolução liberal de 1820, em 1834 o mosteiro fechou. O pasteleiro do convento decidiu vender a receita ao empresário português vindo do Brasil Domingos Rafael Alves, continuando até hoje na posse dos seus descendentes.
No início os pastéis foram postos à venda numa refinaria de açúcar situada próximo do Mosteiro dos Jerónimos. Em 1837 foram inauguradas as instalações num anexo, então transformado em pastelaria, a "A antiga confeitaria de Belém". Desde então, aqui se vem trabalhando ininterruptamente, confeccionando cerca de 15.000 pastéis por dia. A receita, transmitida e exclusivamente conhecida pelos mestres pasteleiros que os fabricam artesanalmente na Oficina do Segredo, mantém-se igual até os dias de hoje. Tanto a receita original como o nome "Pastéis de Belém" estão patenteados.
A Oficina do Segredo na Fábrica dos Pastéis de Belém guarda a antiga receita secreta da confecção e preparação dos verdadeiros pastéis de nata - os Pastéis de Belém. Os mestres pasteleiros da Oficina do Segredo são os poucos detentores da receita, assinam um termo de responsabilidade e fazem um juramento em como se comprometem a não divulgar a receita.
Todas as manhãs os mestres da massa iniciam os trabalhos na casa Pastéis de Belém. Com uma receita única no mundo, juntam os ingredientes e servem esta deliciosa arte aos clientes. Por dia fabricam mais de 14 mil unidades manualmente, sem auxílio de máquinas. O cuidado é com as mãos.
Hoje o Pastel de Belém faz parte da rotina dos portugueses assim como o nosso café.
A massa foi copiada e o país passou a produzi-lo em todo e qualquer canto. Mas nenhum tem o sabor do original. Depois de se provar esta delícia histórica, quente, salpicada com açúcar e pó de canela, o resto é como se fossem produtos da pirataria.
Atualmente, na maioria dos cafés de Portugal é possível comprar pastéis de nata, provenientes da indústria de pastelaria, mas os originais continuam a ser os da pastelaria de Belém (apenas estes podem ser denominados Pastéis de Belém), em Lisboa, que preservam na sua secular existência o segredo e o saber da sua confecção. Como um doce português, o pastel de nata é também bastante comum no Brasil.
Enquanto não conseguimos a receita original, que tal testar a do Anquier?!
Pastel de Belém do Olivier Anquier
Ingredientes:
Para a massa folhada:
• 1 kg de farinha de trigo
• 1 kg de manteiga amolecida (dividida em 2 blocos de 150 g e 850 g)
• 20 g de sal
• 1/2 litro de água
Para o Recheio:
• 1 litro de creme de leite fresco
• 18 gemas de ovos
• 18 colheres de açúcar
Prepare a massa folhada assim:
• Misture a farinha, 150 g de manteiga, o sal e a água em uma batedeira e bata devagar, até formar uma bola;
• Retire, faça uma cruz em cima e guarde na geladeira por 2 horas;
• Abra a massa em cruz e coloque 850 g de manteiga dentro;
• Dobre como se fosse um envelope, dando uma volta simples e uma volta dupla na massa e deixe descansar por 1 hora;
• Dê mais uma volta simples e outra volta dupla na massa e deixe descansar por mais 1 hora antes de usar;
• Coloque em forminhas de empada e deixe descansar por 30 minutos.
Prepare o recheio assim:
• Num recipiente coloque primeiro as gemas, depois o açúcar e por ultimo o creme de leite fresco;
• Leve ao fogo e vá mexendo sem parar até ferver;
• Retire do fogo, coloque em uma vasilha e leve à geladeira até esta calda ficar cremosa;
• Com o creme encha as forminhas que já estão com a massa e leve ao forno pré-aquecido à 350º;
• Deixe assar até a massa e o creme ficarem dourados.
Marcadores: Cultura, Lugares, Na cozinha

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