sábado, 23 de abril de 2011
Cabeça de bacalhau
Hoje foi dia de bacalhoada aqui em casa. E é claro que antes da bacalhoada vem sempre os bolinhos de bacalhau da Kah (eu mesma), uma cervejinha e muita conversa jogada fora.
E neste bate papo regado a cerveja, eu me lembro de uma amigo da minha filha que tem amigos "que ninguém nunca viu" e comento... "Fulano é igual cabeça de bacalhau, todo mundo sabe que existe, mas ninguém nunca viu!"
Depois de boas gargalhadas, hora de falar a sério:
Grande parte dos brasileiros não conhece a cabeça de bacalhau porque o Gadus morhua, nome científico do verdadeiro bacalhau, não existe no País. Além disso, após ter as vísceras retiradas, o bacalhau passa por um processo de salga e cura, onde é retirada em média 50% da sua umidade, e nesse processo é também retirada a cabeça do peixe, que não tem valor comercial e impede a salga.
Como todo o bacalhau que entra no Brasil é importado salgado e seco, as alternativas para ver a cabeça de um legítimo bacalhau são através de fotografias, em coleções científicas, ou ainda viajando para os mares do Norte.
Atualmente, existem cinco tipos de peixes salgados e secos no mercado brasileiro, importados da Noruega e de outros países, mas apenas dois podem tecnicamente receber a denominação "bacalhau" - Atlantic Cod Gadus morhua ou Legítimo Bacalhau do Porto e Pacific Cod Gadus macrocephalus ou Bacalhau do Pacífico (um "clone" do legítimo; o G. macrocephalus é pescado no Pacífico Norte e é muito parecido com o legítimo quando salgado e seco, mas é completamente diferente quando preparado, porque é mais fibroso, não se desmancha em lascas e seu sabor é totalmente diferente. Os demais (Saithe, Ling e Zarbo) deveriam ser classificados como peixes salgados e secos, mas convenientemente também recebem no comércio a denominação de bacalhau.
Modo de preparar:
O Legítimo Bacalhau do Porto alcança bons preços no mercado, que variam de acordo com o exemplar, peixes maiores são mais caros porque são mais raros de serem capturados e mais desejados.
Ficou com vontade de tomar uma cervejinha e experimentar os bolinhos de bacalhau da Kah?! Basta usar a receita abaixo!
Bolinho de Bacalhau
By Kah Miranda
Ingredientes:
400 g de bacalhau do Porto cortado em pedaços;
1 colher (sopa) de azeite;
1 cebola média picada;
1/2 colher (chá) de alho socado;
2 pimentas dedo-de-moça picadas;
1 colher (chá) de orégano;
1/2 colher (café) de noz-moscada moída;
1 kg de batata;
1/2 xícara de cheiro-verde picado;
1 xícara de farinha de milho bem triturada;
1 l de óleo (ou mais, se necessário, para fritar).
Modo de preparar:
Deixe o bacalhau submerso em uma vasilha com água por 24 horas dentro da geladeira, trocando a água três vezes nesse período. Coloque os pedaços de bacalhau numa panela com água limpa e leve para cozinhar até ficarem macios. Escorra e desfie o bacalhau, tirando todas as espinhas e a pele. Reserve. Numa frigideira, aqueça o azeite e refogue a cebola, o alho e a pimenta dedo-de-moça. Junte o bacalhau, o orégano e a noz-moscada.
Mexa para pegar o tempero e reserve. Cozinhe as batatas inteiras. Quando estiverem macias, escorra, tire a pele e coloque-as numa tigela grande. Amasse bem até desmancharem completamente. Junte o bacalhau e misture tudo. Incorpore o cheiro-verde e a farinha de milho e amasse com as mãos. A massa estará boa quando ficar homogênea e não grudar mais.
Para fazer os bolinhos, retire porções grandes usando como medida uma colher (sopa) cheia.
Se tiver uma balança, calcule 100 gramas para cada bolinho. Coloque o óleo numa frigideira funda e, se necessário, junte mais, para que os bolinhos fiquem submersos. Leve ao fogo até o óleo ficar bem quente (180 graus) e frite os bolinhos, cerca de quatro de cada vez.
Depois de dourados, escorra-os, passe por papel absorvente e sirva.
O bacalhau tem sua origem em um peixe nobre que vive nos mares limpos e frios do Atlântico Norte cuja carne, seca e salgada, é muito apreciada na culinária internacional. Os maiores produtores de bacalhau do mundo são Noruega, Islândia, Portugal, Espanha, Itália, França e Canadá.
Marcadores: Cultura, Ingredientes, Na cozinha

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