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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
As Paneleiras de Goiabeiras



Há mais de 400 anos, uma técnica indígena usada para fabricação de utensílios é passada de geração em geração, no Espírito Santo. Com ela, são moldados um dos ícones da cultura brasileira: as panelas de barro usadas para fazer uma das comidas típicas mais festejadas do Brasil, a moqueca.

A fabricação artesanal de panelas de barro é o ofício das Paneleiras de Goiabeiras, em Vitória. Por praticamente não ter sofrido mudanças desde a época em que foi desenvolvida pelos índios tupi-guarani e una, que habitavam a região, essa atividade predominantemente feminina e familiar foi tombada, em 2002, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio imaterial. As Paneleiras foram o primeiro bem cultural de natureza imaterial inscrito no Livro de Registro de Saberes, criado pelo Ministério da Cultura em 2000.

A argila para a produção das panelas vem do Vale do Mulembá, distante 20 minutos de barco.

Uma das poucas coisas que mudou na forma original de fazer as panelas é que, agora, as mulheres trabalham juntas e não mais cada uma no quintal de sua casa. Há 17 anos foi criada a Associação das Paneleiras de Goiabeiras. Lucilina Lucidata de Carvalho, de 65 anos, preside a entidade há dois, mas durante 14 anos fez parte da diretoria. Já a técnica da fabricação da panela de barro, ela domina desde que se conhece por gente.

Produzir as panelas é uma tarefa quase exclusiva das mulheres.

No grande galpão da associação, 117 mulheres produzem três mil panelas por mês. Apesar de ser uma atividade tradicionalmente feminina, alguns homens já trabalham. Segundo Lucilina, são filhos de paneleiras que iam com suas mães no galpão “e pegaram amor” pelo ofício. Um deles é seu sobrinho. Na verdade, todo mundo por ali é aparentado porque a maioria é descendente dos índios da região, como Lucilina.

Goiabeiras é um bairro de Vitória, distante cerca de 35 minutos do centro. Segundo Lucilina, a associação luta, atualmente, para ter uma loja fora do galpão porque, “o lugar é escondido”. Mesmo assim, é comum o local receber a visita de muitos turistas que acompanham o trabalho das paneleiras.

Tudo começa com a retirada da argila do Vale do Mulembá, distante 20 minutos de barco do galpão. Essa tarefa cabe aos homens da região, geralmente maridos e filhos das paneleiras. Lucilina informa que são retiradas “mil bolas” de barro por mês do vale. Cada bola é formada por cinco quilos de argila. Com uma bola, são feitas duas panelas e suas tampas.


Quando chega ao galpão, o barro passa por um processo de limpeza no qual são retirados as pedras e os restos vegetais. Em seguida, o material é pisoteado até que se transforme em uma massa uniforme, macia e maleável. A partir daí, começa o trabalho das mulheres. Lucilina conta que uma panela pode ser feita em até cinco minutos. Mas, depois de moldado, o utensílio é colocado ao ar livre para secar. Depois, é alisado com um seixo rolado para retirar os grãos de areia mais grossos. Nesse ponto, as paneleiras reúnem sua produção e queimam suas panelas em fogueiras. No final da queima, as peças, ainda quentes, recebem um tratamento de superfície com tanino retirado da casca das árvores do mangue onde fica o galpão, dando a coloração específica das peças. Esse processo pode levar de dois a três dias. A panela mais barata, a pimenteira, custa R$ 2,00 e a mais cara, que faz moqueca para dez pessoas, R$ 50,00.

Ao sair com sua panela do galpão, o comprador é informado por Lucilina que é preciso fazer outra queima antes de utilizá-la na cozinha. Para isso, deve-se colocar dentro da panela duas colheres de óleo de cozinha, de preferência óleo de oliva, levando-a em contato com o fogo. O óleo queimará e, quando a fumaça começar a ficar preta, o fogo deve ser apagado. Tudo isso para que os materiais usados na confecção das panelas não interfiram no sabor da comida.

As panelas compradas no galpão têm um selo que atestam a sua origem artesanal. Foi essa a forma que as mulheres encontraram para diferenciar seus utensílios dos industrializados. Segundo Lucilina, as panelas industriais são feitas de barro misturado com cimento e são queimadas em fornos feitos de pneus. “As nossas panelas são as originais, não vieram do Paraguai”, brinca.

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